Santa Missa marca início do Sínodo dos Bispos na Arquidiocese de Juiz de Fora
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- Sexta, 15 Outubro 2021 10:57
Desde dezembro de 2019, a Arquidiocese de Juiz de Fora celebra seu II Sínodo, com o lema “Proclamai o Evangelho pelas ruas e sobre os telhados” (cf. Mt 10,27). Às vésperas de iniciar a segunda fase da iniciativa pastoral, nossa Igreja Particular abrirá, no próximo domingo (17), a fase arquidiocesana do Sínodo dos Bispos.
No dia 9 de outubro, o Papa Francisco inaugurou, no Vaticano, o caminho sinodal de três anos e articulado em três fases (diocesana, continental e universal), que culminará com a assembleia de outubro de 2023, em Roma. “Tenho a certeza de que o Espírito nos guiará e concederá a graça de avançarmos juntos, de nos ouvirmos mutuamente e iniciarmos um discernimento sobre o nosso tempo, tornando-nos solidários com as fadigas e os anseios da humanidade”, foi o que disse o Santo Padre na abertura do Sínodo sobre a Sinodalidade. Francisco ainda convidou a viver “este Sínodo no espírito da ardente oração que Jesus dirigiu ao Pai pelos seus: «Para que todos sejam um». É a isto que somos chamados: à unidade, à comunhão, à fraternidade que nasce de nos sentirmos abraçados pelo único amor de Deus”.
A seguir, o Pontífice citou três palavras-chave do Sínodo: comunhão, participação e missão. “Comunhão e missão são expressões teológicas que designam o mistério da Igreja. Através destas duas palavras, a Igreja contempla e imita a vida da Santíssima Trindade, mistério de comunhão ad intra e fonte de missão ad extra”. A terceira palavra é “participação”. “Celebrar um Sínodo é sempre bom e importante, mas só é verdadeiramente fecundo se se tornar expressão viva do ser Igreja, de um agir marcado pela verdadeira participação. E isto, não por exigências de estilo, mas de fé”, disse Francisco.
A abertura do Sínodo dos Bispos na Arquidiocese de Juiz de Fora será marcada por Celebração Eucarística na Catedral Metropolitana, às 16h, presidida pelo Arcebispo, Dom Gil Antônio Moreira.
Um processo sinodal integral
O itinerário sinodal que o Papa aprovou, é anunciado em um documento da Secretaria do Sínodo no qual são explicadas suas modalidades. “Um processo sinodal integral só será realizado de forma autêntica se as Igrejas particulares estiverem envolvidas nele”, diz o texto. Além disso, também será importante a participação dos “órgãos intermediários da sinodalidade, isto é, os Sínodos das Igrejas católicas orientais, os Conselhos e Assembleias das Igrejas sui iuris e as Conferências episcopais, com suas expressões nacionais, regionais e continentais”.
Pela primeira vez, um Sínodo descentralizado
Esta é a primeira vez, na história desta instituição querida por Paulo VI em resposta ao desejo dos padres conciliares de manter viva a experiência colegial do Concílio Vaticano II, que um Sínodo começa descentralizado. Em outubro de 2015, o Papa Francisco, comemorando o 50º aniversário desta instituição, expressou o desejo de um caminho comum de leigos, pastores e do Bispo de Roma através do fortalecimento da assembleia dos bispos e uma descentralização salutar. O desejo agora se torna realidade.
Fase diocesana: consulta e participação do Povo de Deus
Segundo indicação do Vaticano, com um momento de encontro/reflexão, oração e Celebração Eucarística, as Igrejas particulares deverão começar seu caminho no domingo, 17 de outubro, sob a presidência do bispo diocesano. “O objetivo desta fase é a consulta do povo de Deus para que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos batizados”, lê-se no documento.
Para facilitar a participação de todos, a Secretaria do Sínodo enviou um texto preparatório acompanhado de um questionário e um vade-mécum com as propostas para a realização da consulta (clique aqui e confira os documentos). O mesmo texto foi enviado a Dicastérios da Cúria, Uniões dos Superiores e das Superioras Maiores, Uniões ou Federações de Vida Consagrada, Movimentos leigos internacionais, Universidades ou Faculdades de Teologia.
Cada bispo nomeará um responsável diocesano como ponto de referência e conexão com a Conferência episcopal, que acompanhará a consulta na Igreja particular a cada passo. Por sua vez, a Conferência episcopal nomeará um responsável ou uma equipe como ponto de referência junto aos responsáveis diocesanos e à Secretaria Geral do Sínodo. O discernimento diocesano culminará em uma “Reunião pré-sinodal” no final da consulta. As contribuições serão enviadas à sua própria Conferência episcopal, até uma data determinada por esta última.
O discernimento dos pastores
Caberá, então, aos bispos reunidos em assembleia abrir um período de discernimento para “escutar o que o Espírito suscitou nas Igrejas a eles confiadas” e fazer uma síntese das contribuições. A síntese será enviada para a Secretaria do Sínodo, assim como as contribuições de cada Igreja em particular. Tudo isso será feito antes de abril de 2022.
Da mesma forma, também serão recebidas contribuições enviadas por Dicastérios, Universidades, União de Superiores Gerais, Federações de Vida Consagrada, Movimentos. Uma vez obtido o material, a Secretaria Geral do Sínodo elaborará o primeiro Instrumentum laboris, que servirá de esboço de trabalho para os participantes da assembleia no Vaticano e que será publicado em setembro de 2022 e enviado às Igrejas particulares.
Fase continental: diálogo e discernimento
Assim tem início a segunda fase do caminho sinodal, o caminho “continental”, programado para durar até março de 2023. O objetivo é dialogar a nível continental sobre o texto do Instrumentum laboris e realizar, em seguida, “um ato ulterior de discernimento à luz das particularidades culturais específicas de cada continente”.
Cada reunião continental dos episcopados nomeará, por sua vez, antes de setembro de 2022, um responsável que atuará como referência junto aos próprios episcopados e à Secretaria do Sínodo. Nas Assembleias continentais será elaborado um documento final, a ser enviado em março de 2023 para a Secretaria do Sínodo.
Ao mesmo tempo das reuniões continentais, também se deverão realizar assembleias internacionais de especialistas, que poderão enviar suas contribuições. Por fim, será elaborado um segundo Instrumentum laboris, cuja publicação está prevista para junho de 2023.
Fase universal: os bispos do mundo em Roma
Este longo percurso, que quer configurar “um exercício da colegialidade dentro do exercício da sinodalidade”, culminará em outubro de 2023 com a celebração do Sínodo em Roma, de acordo com os procedimentos estabelecidos na Constituição promulgada em 2018 pelo Papa Francisco, Episcopalis Communio.
Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora, com informações de Vatican News