Conheça 5 Santos e Beatos negros da Igreja Católica
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- Segunda, 20 Novembro 2023 15:30
O Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, incentiva a reflexão da consciência histórica de uma sociedade que vivenciou longamente a escravidão e seu impacto na formação da cultura brasileira, além de estimular, também, um diálogo sobre a conceituação de raça, preconceito e desigualdade.
Em uma data marcada pela luta e representatividade, é interessante recordar cinco santos/beatos negros e que são exemplos de fé e de luta pela vida.
Santa Efigênia
Efigênia ou Ifigênia é uma das responsáveis pela disseminação do Cristianismo na Etiópia. Era filha do rei etíope Eggipus. Ela se consagrou a Deus após se converter pela mediação de São Mateus, o Evangelista. A santa é conhecida como protetora dos lares porque, na mesma época, fundou um convento. O rei que foi rejeitado, por vingança, mandou incendiar o local. Ela, ao saber do desastre, rezou com muita fé e, com isso, conseguiu salvar o templo sagrado. Além de proteção, Santa Efigênia também é invocada para quem deseja conquistar a casa própria. É festejada no dia 21 de setembro.
São Benedito
Benedito nasceu na Sicília, por volta de 1526, filho de pretos que haviam sido escravos ou que descendiam de outros que o tinham sido. Ingressou num convento franciscano de Palermo, capital da Sicília, e foi religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade e pela obediência. Embora simples irmão leigo e analfabeto, a sabedoria e o discernimento que possuía fizeram com que fosse nomeado mestre de noviços e mais tarde fosse eleito superior do convento. Atendia a consultas de muitas pessoas que o procuravam para pedir conselhos e orientação segura. Foi favorecido por Deus com o dom dos milagres. Tendo concluído seu período como superior, retornou com humildade e naturalidade para a cozinha do convento, reassumindo com alegria as funções modestas que antes desempenhara. Sua festa é celebrada no Brasil no dia 05 de outubro.
Santa Bakhita
Esta santa sudanesa enfrentou desde a infância uma torrente de injustiças: foi sequestrada aos 7 anos de idade e vendida e revendida diversas vezes como escrava, até ser adquirida por um político italiano que a levou para a Itália e a entregou a um amigo, por quem, finalmente, ela passou a ser tratada como filha. Tocada pela fé católica, Josephine se converteu e, mais tarde, declarada livre da escravidão, decidiu ingressar na vida religiosa. Sua festa litúrgica é no dia 8 de fevereiro. É a Padroeira do Sudão, dos sequestrados e escravizados.
Beato padre Victor
Beato Francisco de Paula Victor nasceu na cidade de Campanha, no dia 12 de abril de 1827. Foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu de forma heroica o seu ministério. A sua dedicação e as suas virtudes fizeram-no admirado por todos, pois assumiu a direção da paróquia com zelo e carinho, colocando-se, assim, acima de todas as críticas. Procurou catequizar e instruir o seu povo, criando a escola “Sagrada Família”. O padre Francisco de Paula Victor instruiu muitos filhos de famílias humildes, fazendo deles grandes homens de cultura, que passaram a viver da inteligência, nas mais variadas profissões. Faleceu com fama de santidade no dia 23 de setembro de 1905.
Beata Nhá Chica
Filha e neta de escravos, Francisca de Paula de Jesus nasceu em 1810, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, um dos atuais cinco distritos de São João del-Rei, onde também foi batizada no dia 26 de abril de 1810. Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, no sul deste estado. Francisca ficou órfã aos dez anos. Mulher humilde, era fervorosa devota de Nossa Senhora da Conceição, e, a pedido da mãe, passou a vida inteira a dedicar-se à prática de caridade. Leiga, foi chamada ainda em vida de “a mãe dos pobres”, sendo respeitada por todos os que a procuravam, desde os mais humildes aos homens do Império. Morreu no dia 14 de junho de 1895 e foi sepultada no interior da capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, mandada construir por ela. Sua festa é celebrada no dia 14 de junho.
Uma ocasião importante para recordar a fala do Papa Francisco em 2021, em seu perfil no twitter no Dia internacional para a eliminação da discriminação racial.”O racismo é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita. As manifestações de racismo renovam em nós a vergonha, demonstrando que os progressos da sociedade não estão assegurados de uma vez por todas”, afirmou ele.
Fonte: Site da Diocese de São João del-Rei